DE PSICÓLOGO E DE LOUCO TODO MUNDO TEM UM POUCO
De Psicólogo e de Louco todo mundo tem um pouco – Nos diversos papéis que atuamos no dia-a-dia existe uma linha tênue entre o papel profissional e o pessoal. O profissional do comportamento sofre exigências e pré-julgamentos de uma sociedade que o torna alvo de cobrança da perfeição relativa à saúde mental. Aí entra a questão até aonde a excelência pessoal interfere na performance profissional?
Se assim for as exigências deverão ser sempre iguais e a todos os seguimento profissionais da sociedade. Médicos não poderiam adoecer, Dentistas deveriam apresentar uma dentição perfeita, Professores deveriam deter o saber num nível de especialização extremamente profundo. Mas a realidade não é bem esta, bom seria se tal condição fosse possível assim as pessoas escolheriam suas profissões também baseadas em suprir suas deficiências.
Todos nós em alguns momentos de nossa vida vivemos experiências voltadas para a observação do comportamento humano. Alguns com uma frequência maior, outros nem tanto assim. Este artigo tem como objetivo principal retratar os limites de atuação entre um papel e outro. Tudo começa na infância, algumas crianças desenvolvem um nível de tolerância à frustração mais consistente que outras. Este alto nível de tolerância lhes confere uma maior possibilidade de observação e análise dos comportamentos e dos resultados das ações decorrentes deles. Por exemplo: quando uma criança diz “quero um doce”… na impossibilidade, sua atenção se volta a quem nega e os motivos que o levaram a essa negativa.
O exercício dessa habilidade de observação leva a criança a desenvolver a habilidade de análise e o desenvolvimento dos recursos necessários para atingir seu objetivo (o doce). Mas a coisa não é tão fácil assim…Mesmo treinando estas habilidades de observação e manipulação do comportamento do outro, esquecemos que o indivíduo traz consigo uma “caixa preta” (dessas que têm nos aviões) e só a ele e a mais ninguém pertence o poder de manipulá-la. Os psicólogos de “boteco” acham que podem apontar soluções para todos os problemas alheios.
Ouvir o outro é uma qualidade fantástica que deve ser praticada por todos, mas cuidado quando se trata de emitir opiniões, conselhos e julgamentos. Lembre-se sempre da fragilidade da alma não só da outro como também da sua.
Elisiane Siqueira.